O vinho é uma bebida milenar, onde seu consumo é relatado frequentemente em registros históricos. É um conhecimento popular que uma taça de vinho por dia faz bem, mas será que isso é realmente verídico? Inúmeros estudos comprovam a associação do consumo de vinho com efeitos benéficos à saúde humana, tal como prevenção de doenças cardiovasculares, quimioprevenção de inúmeros tipos de câncer, doenças hepáticas e senilidade. Esses efeitos se devem à presença de compostos bioativos no vinho, tal como os compostos fenólicos. O resveratrol, por exemplo, é um composto que se encontra nas videiras, é reconhecidamente devido a sua ação anti-inflamatória, regulação do metabolismo lipoproteico, e por ser um quimiopreventivo. Existem inúmeros compostos bioativos e a quantidade e o tipo varia de acordo com fatores de cultivo da uva, tal como o solo e o clima. Esses compostos estão concentrados nas cascas da uva e, por esse motivo, os vinhos tintos, por serem fermentados com a casca, tendem a possuir maior concentração desses compostos. O potencial antioxidante desses compostos é um dos meios que eles podem trazer benefícios ao corpo. Os compostos fenólicos, tal como as catequinas, ácido gálico, malvidina, ácido cafeico, quercitina e outros, são antioxidantes e impedem a oxidação de lipídios polinsaturados, além de serem capazes de atuar nas placas de gordura e inibe a formação de trombos, funcionando, assim, como preventivos da problemas cardiovasculares. Os antioxidantes também bloqueiam reações com radicais livres, associadas com o desenvolvimento de câncer. Desse modo, esses compostos evitam a evolução de neoplasias; eles também bloqueiam a liberação de prostaglandinas, uma substância química que também vem sendo relacionada com o desenvolvimento de câncer; assim esses compostos possuem uma ação quimiopreventiva. Eles também diminuem o estresse oxidativo, protegendo as células do sistema nervoso, prevenindo doenças neuronais e auxiliando na garantia da senilidade. Além dos compostos bioativos, os vinhos são ricos em carboidratos (como glicose e frutose), vitaminas (biotina, ácido pantotênico, niacina, tiamina, ácido ascórbico) e minerais (potássio, cobre, zinco, flúor, magnésio, alumínio, iodo, boro, silício) que são provenientes da uva. Os micronutrientes são indispensáveis ao ser humano e são necessários em pequenas quantidades, então a presença deles no vinho podem auxiliar que a pessoa alcance a ingestão diária recomendada. Então, por causa dos efeitos benéficos o consumo de vinho deve ser constante? O vinho é uma bebida alcoólica fermentada, que possui um teor de álcool entre 11-14%. Estudos associam o etanol com o aumento dos níveis de HDL, porém o consumo frequente e excessivo de álcool está relacionado, por exemplo, com o desenvolvimento de esteatose, cirrose e câncer de fígado. Vale destacar que o álcool também está associado com a depressão por ser um inibidor do sistema nervoso central. Por isso, apesar do vinho realmente possuir compostos benéficos à saúde, é necessário evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, inclusive do vinho. A OMS indica uma ingestão diária de no máximo 30g de álcool por dia para homens e 15g por dia para mulheres. Desse modo, o consumo de um cálice de vinho por dia não ultrapassa a recomendação da OMS, sendo sim benéfico à saúde.
Referências:
PRADO, Ana Karla Miranda et al. Os efeitos do consumo do vinho na saúde humana. Unilago, Grandes Lagos, p. 109-128, 2010. Disponível em: http://www.unilago.edu.br/revista/edicaoanterior/Sumario/2013/downloads/2013/OS %20EFEITOS%20DO%20CONSUMO%20DO%20VINHO%20NA%20SA%C3%9AD E%20HUMANA.pdf. Acesso em: 12 mai. 2021
MORAES, Vanderléia de; LACARELLI, Claudriana. Vinho: uma revisão sobre a composição química e benefícios à saúde. Evidência, Joaçaba, v. 10, n. 1-2, p. 57-68, Janeiro/dezembro 2010. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Claudriana-Locatelli/publication/277848484_Vin ho_uma_revisao_sobre_a_composicao_quimica_e_beneficios_a_saude/links/59651 80c0f7e9b2a367cdab2/Vinho-uma-revisao-sobre-a-composicao-quimica-e-beneficio s-a-saude.pdf. Acesso em: 12 mai. 2021.
PENNA, Neide Garcia; HECKTHEUER, Luísa Helena Rychecki. Vinho e Saúde: uma revisão. Infarma, v. 16, n. 1-2, Jan/Fev 2004. Disponível em: http://farmaceuticos.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/82/i04-infarma_004.pdf. Acesso em: 12 mai. 2021.
Colaboradoras: Anna Karolina da Silva de Andrade Ribeiro, Bianca de Oliveira Barbalho e Juliana Dean de Carvalho Correa
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